sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O Homem revoltado

Estou-me aqui a folhear o Suplemento no meu recinto profissional, como quem nada quer ou como sobre alguém quer saber um pouco mais. Não me surpreendeu ler que quase nunca se ausentou de sua grande cidade. Já ouvi até que após retornar de uma viagem curta e para uma cidade próxima, ocorreram coisas estranhas.

Tudo isso não me causou espanto algum, apenas uma leve inspiração para rechear essa página largada à outrora sorte.

Fiquei pensando no meu alter-ego, ou em mim mesmo. Nasci numa cidade não mui grande nem mui pequena. O sotaque que carrego comigo é o mesmo de onde o meu outro eu encontra-se.
Enfinces, vim divagar sobre um assunto qualquer, e registrando o que adquiri hoje.

Nessa cidade na qual nasci, não sendo grande, deve a leitora estar supondo que conheço-a - a cidade - como a sola do meu pé. Entretanto, digo que pensas erradamente. Conheço sim, como o olhar da minha amada, a região perto de onde nasci e morei por alguns 17 anos. Se afastar-me um pouco desse lugar, dificilmente me perco, mas é possível que eu não conheça o lugar perfeitamente. Há bairros lá que eu desconheço o nome, e por conseguinte, nunca neles estive. É provável que, até nos que eu estive, eu não saiba nomeá-los.

Toda essa (revira)volta é para refletir sobre a questão da sabedoria. Deveria eu conhecer todos os lugares de onde nasci? Conheço um senhor, deveras viajado, que sabe de lugares da minha região que eu nunca havia ouvido falar. Sem contar que ele fala com exímia exatidão, como doutrina Calvino - até porque ele (o sr.) esteve perto da minha cidade - de um lugar que eu ignorava.
Aqui, hoje é semelhante. Tenho apenas sapiência do meu entorno. Cada dia que passa ouço o nome de um bairro e, para ofensa de alguns, eu indago se localiza-se em BH. Perdoe a benta ignorância desse pobríssimo ser.

Eu defendo-me! Inocente sou. Não tenho pretensões de ser Forrest, tampouco Klink. Queria eu dizer que ficava em casa desfrutando da mais bela e mais culta leitura, assim eu teria um bom argumento para dizer porque ficava em casa. Não que não lia, acho até que li um príncipe pequeno, quando assim era - porém, a ignorância era quase a mesma de hoje e nada acrescentou-me -, mas não, não ficava em casa praticando a leitura todo o tempo, ou quase nenhum.

Dinheiro também para viajar aos oito cantos do mundo, falta-me, já aquele senhor não. Se falta o primeiro pré-requisito, é desimportante ter ou não os restantes.

Enfim, defendo-me ultimamente citando o título. Absurdo!

R. de G.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Já tens a tese.

Hoje comemora-se aniversário de morte do antigo dono da cadeira dois da ABL. Do JGR (JJ) ou, ainda, do João Guimarães Rosa.

Na verdade, aniversário de morte dele pouco me importa. Não que eu tenha desprezo, só "me não" interesso muito.

Todavia, por algum motivo, eu tinha que vir aqui hoje e escrever alguma coisa. Para quem sabe o que é, já sabe. Para os que não sabem, apenas leiam o que está escrito, ou podem também desenvolver uma tese de doutorado e pesquisar o porquê. (Rá!)

R. de G.
1/5 centenário.