sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Várias variáveis

Um dia, eu estava voltando pra casa no Mercedes azul.

De repende, o mercedes arranha de leve um carro que passava ao lado, na Carlos Luz.

O carro era um Stilo, com o sky-window aberto.

O motorista desceu. Era um modelo.

Ou pode-se também chamá-lo de estereótipo.

R. de G.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A sétima pergunta.

(Deixem-me aqui escrever mais um texto que só eu irei ler.)

Well, nessas ferias que amanha terminam oficialmente, tentei recuperar o tempo cinematograficamente perdido. Conferindo minha pasta de filmes, noto que ja vi quase todos. Livro que é bom, nada. Mas tenho o perdão do Bruxo. Li todos os romances dele em 5 meses. Estou com crédito!

Bom, vou direto ao ponto. Bom é o filme que faz chorar ou o que ganha 5 ovos no Omelete, ou 5 estrelas no Cinema em Cena? É aquele que te emociona ou aquele que lhe faz dizer: "Putz! Muito foda!"?

Comparemos dois filmes, um que eu vi ontem (11/08) e outro que acabei de ver (12/08). O primeiro é "The Godfather", o segundo é "John Q." .
O primeiro consta em qualquer lista dos "100 maiores filmes" (nao me peça referencia) e o segundo, segundo Érico Borgo, merece no maximo um aluguel em video.

Comparando o que senti, digo que esbocei um esboço de tentativa de lágrima, assistindo a este. E terminei aquele dizendo "Putz!..."

Denzel Washington interpretando John Q. lembrou-me de Michael Dawson (de Lost). Um pai desesperado, que só age com a emoção, e que só sabe dizer "I want my son", ou "I want my son back". Quanto ao Michael, é um dos personagens da série que mais desgosto, pela sua excessiva emotividade e irracionalidade. Alem de ser um traidor egoísta (olha eu emotivo!). Quanto ao John, torna-se herói nacional, ate mesmo dos refens. Mas indo ao ponto, que é dizer sobre o filme, digo que é previsivel do inicio ao fim. Direi agora que, se um filme é prevísivel no começo, o fim nao deixará de ser. Um menino doente e o pai sem grana para pagar a cirgurgia. É preciso dizer se o garoto será operado? O pai é acusado de três crimes, e o roteiro é previsivel até na imprevisibilidade, afinal, John é declarado culpado de um dos tres crimes e vai preso, mas nao por muito tempo.


Quanto ao outro filme, nao serei previsivel em elogiá-lo.

A questão é discutir qual filme é melhor. Gosto é gosto! Gostando ou não. Mas comparar tais filmes seria como comparar
Memórias póstumas de Brás Cubas e O caçador de pipas (já ia escrevendo os titulos entre aspas, mas titio Sérgio Peixoto nos ensinou que nao pode).
Eu li os dois, duas vezes o primeiro, ainda o lerei varias vezes. Gostei do segundo. Mas a questão é: qual dos dois é literatura? A genialidade do primeiro é justamente nao ter o que o segundo tem de melhor, enredo. Nao tirando os meritos do pobre caçador, mas BC escreveria sobre ele com "a pena da galhofa com a tinta da melancolia".

Sendo assim, qual dos dois filmes é cinema? O que revoluciona, inova, improvisa, surpreende, ou um filme que no final o pobre do garoto está de pé novamente fazendo suas gracinhas?

Há ainda uma comparação a se fazer: nos dois filmes, eu "tive afinidade" pelos protagonistas, em suas respectivas dimensões. O mais incrível é eu gostei mais dos mafiosos do que o homem que só quer que seu filho viva. Talvez porque é um emotivo e o outro racional.

R. de G.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Um pouco de nerdisse...

Há um jogo não muito famoso nem muito desconhecido, chamado Age Of Empires, abreviado, obviamente, como AOE. As mulheres que o conhecem talvez desgostem dele, não sei muito bem o porquê; talvez seja devido a sua ligeira complexidade. Entre tantos sinos, chocalhos, gritos, o sexo forte talvez se sinta perdido.

Quando se começa um novo jogo, contamos apenas com um cavaleiro, 4 aldeões, se me não engano, e um pouco de comida, o que da pra fazer somente mais um aldeão. Estes são a base de tudo, constroem de tudo, entre quarteis militares, casas, sao lenhadores, pescadores, mineradores, construtores, e sao tudo ao mesmo tempo e a qualquer hora, só é necessario escolher. Custam "50 de comida", muito pouco ou quase nada, para quem é a base do Império.

Quanto mais aldeões, mais lenha, ouro e comida se tem. Assim, vc pode evoluir para as idades mais avançadas e desenvolver novas tecnologias, enquanto os aldeões continuam a extrair ouro, cortar madeira e fazer comida. Construindo um quartel voce cria militares, que no jogo sao os principais, pois nao se vence o adversário com um aldeão, estes nao matam nem lobo, literalmente. Dentre os militares, tem-se piqueiros, campeões, paladinos, arqueiros, além daquele específico de sua civilização. Esses citados sim, valem ouro, e muito ouro, se me nao engano de novo, diria que cada paladino custa 70 de ouro e, quem conhece o jogo, sabe quanto o ouro é valioso.

Pois bem, com o exercito montado, o objetivo é destruir todo o império adversário. Há quem opte por matar os pobres dos aldões, que nao fazem mal algum, e que já nao servem para nada. Ja se tem muita madeira, ouro, pedra e comida. Qualquer coisa, vá no mercado e troque. Quando a população atinge o número maximo, o primeiro que matamos de nosso povo são os aldeões, afinal quem vai desperdiçar 70 pratas, ou melhor, 70 só de ouro, sem contar comida e madeira? Matamos eles, tao indefesos, inuteis e baratos aldeões. Se precisar, vá no "centro da cidade" e faça outro, "pagando" 50 de comida. Muito fácil! por todo lado se tem um aldeão.

Jogo vencido, os militares comemoram a conquista, enquanto os aldeões continuam a extrair, lenhar, plantar...

E o motivo desse texto é para dizer que vejo aldeões todos os dias, indo para minha dignissima universidade, pela Av. "Antôn'cars". Eles são como no jogo, todos vestem camisas azuis e capacetes vermelhos...

R. G.

terça-feira, 24 de março de 2009

I was a creep.

Sábado a noite, mochila nas costas, travesseiro na mão e lá ia eu para sampa no walkman.
Engraçado foi a decisão para essa mochilada nas galáxias. Nas conversas de bêbados, ouvindo um Beatles cover feminino, surgiu a idéia: "vamos no show do Radiohead?", eu nao perguntei "De quem?", ao contrario, respondi "Vamos!", ainda que a ordem das perguntas deveria ser oposta.

Dia seguinte, ingresso virtualmente comprado. A questão agora era responder à primeira pergunta, nao saber de fato quem eles eram, mas conhece-los por aquilo por que se tornaram conhecidos. Respondendo a uma autopergunta: "como eu nao sabia disso antes?" ("se eu soubesse antes o que sei agora..").

Ingresso comprado 3 meses antes, cada dia eh como se fosse: "será que um dia chegará o dia?".
No percurso até dia surgiram varias (radio)headache, como "como ir" "onde ficar" "o que comer" "o que ouvir", importante lembrar que tiraram o meu teto e a minha praia (?).

Solucionado essas questoes triviais, estava eu com minha mochila nas costas e travesseiro na mão, no guia dos mochileiros não podia faltar agua, biscoito e um tocador de musica de bolso que no final não serviu para nada - na verdade nem a agua tambem, ja que me "roubaram" com muita cortesia.

Daqui ate lá, fui eu dormindo - o unico que conseguiu tal feito - enquanto a maior parte do veiculo se conhecia e discutiram quais musicas deveriam ou nao tocar.

Mensagem enviada, pés no chao. Acordei alguns que ficaram no colchao. Fomos para a fila. Ficamos nela alguns 10 minut0s ou menos. O tal grupo decidiu "vamos butecar" (sabe como é, cidade diferente, vocabulario tem que ser diferente, o que nao pode mudar é o ato em si).
Pensei eu umas meia vez, e os segui.

Nao era aqueles butecos de posto, mas era em frente a um. O óleo vinha com molho de coxinha e a cerveja - Itaipava - nao chegava aos R$2, 51. Entao que venham 24, embora eu tenha começado a partir da 6ª. Definições sobre Chico Buarque, Los Irmaos mais algumas 15 garrafas preencheram a mesa. Na hora do almoço um PF com direito a filé de frango, alem do arroz e feijao bem temperado. Just this, just a fest. O banheiro feminino - no qual entrei algumas vezes - continha uma maquina de lavar e algumas limpezas sujas, o masculino era pior, só havia um vaso mesmo.

Caixa fechada, hora de enfrentar o que o brasileiro mais gosta - as filas. No caminho compramos inutilmente capas de chuva, graças aos sabios camelôs que sao ótimos metereologistas (embora de fato, havia previsao para terremotos).

Sentado no gramado, me senti no wood e stock. Gramas, pessoas sentadas, de todos os estilos, de Tato do Falamansa ao Rogerio Flausino - caso venérico. Pessoas com camisas de todas as bandas, inclusive do Radiohead, e um idiota com do Coldplay (nada contra). Falando em festival de rock, nao podia faltar a formula quimica THC, embora eu tenha ficado muito longe, no final, ou melhor, durante todo o tempo ficou perto de mim, nao havia para aonde correr. A formula C2H5OH, que eu carregava, fiz questao de descarregar, dando descarga, ainda que banheiros quimicos ainda nao possuam.

Vieram The Brothers, pulei como um fã alucinado "deixa eu brincar de ser feliz", pulei para nao pularem em cima de mim, e com a mochila guerreira no meu colo.

Veio a usina de energia, muito interessante, tio-zões tocando musica eletronica, e robôs dançando.

Enfinces, veio a atração principal, com um retardado gritando atras de mim "cabeça de rádio!!", foi tao deprimente quanto assistir, ja muito longe do palco, uma menina dançando "Paranoid android" como se fosse hardcore. Se tivesse eu uma pedra, esta iria ao encontro do céfalo daquela.
Aguardando espremidamente a aparição do Thomas no palco, pensei "Espero o começo para ve-lo de perto, depois saio daqui pois minhas pernas nao mais agüentam." Foi quase isso. Quando apareceu eu ja desisti da ideia, pensando "daqui nao saio mais", mas o cansaço me venceu. Cantei "for a minute there..." e bati em retirada. De longe o som continuava impecável. A criança no palco nao parava de gesticular, "parecia um feto", disse um amigo zumbi.
Mudei a minha perspectiva, no final, a minha perspectiva mudou . Os cabeça de radio sao muito bons, mesmo. Morram de inveja quem foi no RJ, em SP ele tocou quase todas aquelas músicas que pedimos na rádio(head).

Indo embora, o motorista gastou uns 120 min para achar a saída enquanto todos, menos o zumbi, dormian profundamente, tanto que ate deitaram no ombro do outro, que lindo! (nao fui eu!)

Chegando, dormi ate as 15h.

Acordei e pensei no titulo desse post.

R. de G.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Além da máscara

[para dar um up nesse p(r)o(bl)ema]

"agora que a terra é redonda
e o centro do universo é outro lugar
é hora de rever os planos
o mundo não é plano, não pára de girar
agora que o tempo é relativo
não há tempo perdido, não há tempo a perder

num piscar de olhos tudo se transforma
tá vendo? já passou!
mas ao mesmo tempo
fica o sentimento
de um mundo sempre igual
igual ao que já era
de onde menos se espera
dali mesmo é que não vem

agora que tudo está exposto
a máscara e o rosto trocam de lugar
tô fora se esse é o caminho
se a vida é um filme, eu não conheço diretor
tô fora, sigo o meu caminho
às vezes tô sozinho, quase sempre tô em paz

num piscar de olhos tudo se transforma
tá vendo? já passou!
mas ao mesmo tempo
esse mundo em movimento
parece não mudar
é igual ao que já era
de onde menos se espera
dali mesmo é que não vem

visão de raio-x
o x dessa questão
é ver além da máscara
além do que é sabido, além do que é sentido
ver além da máscara"

H. de G.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O pio do ópio

Correndo, pensando.
Não! Não, talvez seria melhor
pensar e correr,
agir e pensar, pensar sem agir.

Os pianos dos bares,
o sampa no walkman,
é claro, não podia faltar.
Não venha me reprochar!

Com a cabeça em algum lugar
tento fazer coisa nenhuma,
afinal, o que posso eu fazer,
se tenho as mãos atadas?

É! Não faz sentido.
Mas quem disse
que todo non-sense faz?
Senti(n)do algum.

R. de G.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O Homem revoltado

Estou-me aqui a folhear o Suplemento no meu recinto profissional, como quem nada quer ou como sobre alguém quer saber um pouco mais. Não me surpreendeu ler que quase nunca se ausentou de sua grande cidade. Já ouvi até que após retornar de uma viagem curta e para uma cidade próxima, ocorreram coisas estranhas.

Tudo isso não me causou espanto algum, apenas uma leve inspiração para rechear essa página largada à outrora sorte.

Fiquei pensando no meu alter-ego, ou em mim mesmo. Nasci numa cidade não mui grande nem mui pequena. O sotaque que carrego comigo é o mesmo de onde o meu outro eu encontra-se.
Enfinces, vim divagar sobre um assunto qualquer, e registrando o que adquiri hoje.

Nessa cidade na qual nasci, não sendo grande, deve a leitora estar supondo que conheço-a - a cidade - como a sola do meu pé. Entretanto, digo que pensas erradamente. Conheço sim, como o olhar da minha amada, a região perto de onde nasci e morei por alguns 17 anos. Se afastar-me um pouco desse lugar, dificilmente me perco, mas é possível que eu não conheça o lugar perfeitamente. Há bairros lá que eu desconheço o nome, e por conseguinte, nunca neles estive. É provável que, até nos que eu estive, eu não saiba nomeá-los.

Toda essa (revira)volta é para refletir sobre a questão da sabedoria. Deveria eu conhecer todos os lugares de onde nasci? Conheço um senhor, deveras viajado, que sabe de lugares da minha região que eu nunca havia ouvido falar. Sem contar que ele fala com exímia exatidão, como doutrina Calvino - até porque ele (o sr.) esteve perto da minha cidade - de um lugar que eu ignorava.
Aqui, hoje é semelhante. Tenho apenas sapiência do meu entorno. Cada dia que passa ouço o nome de um bairro e, para ofensa de alguns, eu indago se localiza-se em BH. Perdoe a benta ignorância desse pobríssimo ser.

Eu defendo-me! Inocente sou. Não tenho pretensões de ser Forrest, tampouco Klink. Queria eu dizer que ficava em casa desfrutando da mais bela e mais culta leitura, assim eu teria um bom argumento para dizer porque ficava em casa. Não que não lia, acho até que li um príncipe pequeno, quando assim era - porém, a ignorância era quase a mesma de hoje e nada acrescentou-me -, mas não, não ficava em casa praticando a leitura todo o tempo, ou quase nenhum.

Dinheiro também para viajar aos oito cantos do mundo, falta-me, já aquele senhor não. Se falta o primeiro pré-requisito, é desimportante ter ou não os restantes.

Enfim, defendo-me ultimamente citando o título. Absurdo!

R. de G.