quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Enbilharado

Mesa verde
Presente nas sombras
(in)só(m)brio
(a)onde vou/estou

Precipí(ini)cio
Meu corpo que cai
Acordar? Difícil
Já era tarde, quase dia.

Regratrês, mais de três
Chorar-te-ão. Can(sa)ção
N(ã)o canto no tom.
Canto em só. Si só.

Pareciaqueeraaminhaaquelasolidão.

R. de G.

(Post scriptum: "Há seus méritos em não ser compreendido." Baudelaire)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Pergunte à poeira!

Não era um grande dia quando nasceu. Mas a partir do momento em que o cordão umbilical foi rompido e começou a respirar autonomamente, esse simples dia passou a ser considerado importante. Ao olhar para o semblante que apresentava, algumas pessoas já diziam prever um grande futuro para aquele ínfimo ser. Tudo girava ao seu redor.

Ao se passarem alguns invernos - prefiro este à primavera - parecia querer afirmar, sem querer, as previsões feitas a seu respeito. Tudo dançava em torno. Quando tinha uns 4 ou 5 anos, já resolvia problemas de física quântica. Andava só, pois só ele sabia para onde ir e por onde andou. Foi criado para ser grande, mesmo pequeno. Enquanto não tinha idéias próprias, limitava-se a fazer o que os outros recomendavam ou forçavam.

Como o tempo não pára, não preciso dizer que ele passou, assim sendo, foi enviado às melhores escolas, para aprender o que havia de melhor da melhor maneira. E foi aí que coisas estranhas começaram a acontecer. Apaixonava-se pelos erros das pessoas, e pelas pessoas erradas - ou certas? Nunca saber-se-á!

Aos quinze anos ouvia Ray Charles, Mozart, lia Sócrates, Dostoiévsky nas línguas originais. Compreendia Borges como ninguém. Ia a concertos de óperas sozinho, ou com os pais. Não tinha amigos que o acompanhassem. Tanto melhor!

Quando dezesseis anos, apaixonou-se pela menina mais bela da escola, possuía ela alguns dous dentes ou menos. Tinha ela seu cabelo áspero jogado aos ombros, olhos negros como jabuticaba. Face roxeada. Tentou uma aproximação silenciosa. Ao perceber que não daria muito certo, decidiu-se por conversar francamente com a musa. Ela disse não!

No dia seguinte foi encontrado no próprio quarto com os pés flutuantes, sem cordão umbilical que salvasse. Carregava no bolso uma obra de Goethe.

R. de G.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Sete ou nove?

Setembro. O mês que começa com sete, na verdade é o nono do ano.

Para começar, e só agora sendo cristalino, é o mês que comemora-se, o centenário de morte de um cara que gostava tanto de lenhar que tinha até machado no nome. Vinte e nove do nove. Essa é a data! Creio que comprarei um bolo, e come-lo-ei sozinho.

Mês que quem nasceu recentemente comemoraria aniversário de nascimento, infelizmente nao fará. Há pouco tempo que o primeiro mês se foi. Mês infeliz. Não era grande. Agora deve estar menor. Quem nasce por esses pode dizer sem remorso que morrerá virgem.

Esse texto está uma merda, nem sei porque estou postando-o, mas já que tem muito tempo que nao escrevo nada, deixá-lo-ei aqui. Melhor que nada.
O de cima tentarei melhorar, prometo.

R. de G.