terça-feira, 24 de março de 2009

I was a creep.

Sábado a noite, mochila nas costas, travesseiro na mão e lá ia eu para sampa no walkman.
Engraçado foi a decisão para essa mochilada nas galáxias. Nas conversas de bêbados, ouvindo um Beatles cover feminino, surgiu a idéia: "vamos no show do Radiohead?", eu nao perguntei "De quem?", ao contrario, respondi "Vamos!", ainda que a ordem das perguntas deveria ser oposta.

Dia seguinte, ingresso virtualmente comprado. A questão agora era responder à primeira pergunta, nao saber de fato quem eles eram, mas conhece-los por aquilo por que se tornaram conhecidos. Respondendo a uma autopergunta: "como eu nao sabia disso antes?" ("se eu soubesse antes o que sei agora..").

Ingresso comprado 3 meses antes, cada dia eh como se fosse: "será que um dia chegará o dia?".
No percurso até dia surgiram varias (radio)headache, como "como ir" "onde ficar" "o que comer" "o que ouvir", importante lembrar que tiraram o meu teto e a minha praia (?).

Solucionado essas questoes triviais, estava eu com minha mochila nas costas e travesseiro na mão, no guia dos mochileiros não podia faltar agua, biscoito e um tocador de musica de bolso que no final não serviu para nada - na verdade nem a agua tambem, ja que me "roubaram" com muita cortesia.

Daqui ate lá, fui eu dormindo - o unico que conseguiu tal feito - enquanto a maior parte do veiculo se conhecia e discutiram quais musicas deveriam ou nao tocar.

Mensagem enviada, pés no chao. Acordei alguns que ficaram no colchao. Fomos para a fila. Ficamos nela alguns 10 minut0s ou menos. O tal grupo decidiu "vamos butecar" (sabe como é, cidade diferente, vocabulario tem que ser diferente, o que nao pode mudar é o ato em si).
Pensei eu umas meia vez, e os segui.

Nao era aqueles butecos de posto, mas era em frente a um. O óleo vinha com molho de coxinha e a cerveja - Itaipava - nao chegava aos R$2, 51. Entao que venham 24, embora eu tenha começado a partir da 6ª. Definições sobre Chico Buarque, Los Irmaos mais algumas 15 garrafas preencheram a mesa. Na hora do almoço um PF com direito a filé de frango, alem do arroz e feijao bem temperado. Just this, just a fest. O banheiro feminino - no qual entrei algumas vezes - continha uma maquina de lavar e algumas limpezas sujas, o masculino era pior, só havia um vaso mesmo.

Caixa fechada, hora de enfrentar o que o brasileiro mais gosta - as filas. No caminho compramos inutilmente capas de chuva, graças aos sabios camelôs que sao ótimos metereologistas (embora de fato, havia previsao para terremotos).

Sentado no gramado, me senti no wood e stock. Gramas, pessoas sentadas, de todos os estilos, de Tato do Falamansa ao Rogerio Flausino - caso venérico. Pessoas com camisas de todas as bandas, inclusive do Radiohead, e um idiota com do Coldplay (nada contra). Falando em festival de rock, nao podia faltar a formula quimica THC, embora eu tenha ficado muito longe, no final, ou melhor, durante todo o tempo ficou perto de mim, nao havia para aonde correr. A formula C2H5OH, que eu carregava, fiz questao de descarregar, dando descarga, ainda que banheiros quimicos ainda nao possuam.

Vieram The Brothers, pulei como um fã alucinado "deixa eu brincar de ser feliz", pulei para nao pularem em cima de mim, e com a mochila guerreira no meu colo.

Veio a usina de energia, muito interessante, tio-zões tocando musica eletronica, e robôs dançando.

Enfinces, veio a atração principal, com um retardado gritando atras de mim "cabeça de rádio!!", foi tao deprimente quanto assistir, ja muito longe do palco, uma menina dançando "Paranoid android" como se fosse hardcore. Se tivesse eu uma pedra, esta iria ao encontro do céfalo daquela.
Aguardando espremidamente a aparição do Thomas no palco, pensei "Espero o começo para ve-lo de perto, depois saio daqui pois minhas pernas nao mais agüentam." Foi quase isso. Quando apareceu eu ja desisti da ideia, pensando "daqui nao saio mais", mas o cansaço me venceu. Cantei "for a minute there..." e bati em retirada. De longe o som continuava impecável. A criança no palco nao parava de gesticular, "parecia um feto", disse um amigo zumbi.
Mudei a minha perspectiva, no final, a minha perspectiva mudou . Os cabeça de radio sao muito bons, mesmo. Morram de inveja quem foi no RJ, em SP ele tocou quase todas aquelas músicas que pedimos na rádio(head).

Indo embora, o motorista gastou uns 120 min para achar a saída enquanto todos, menos o zumbi, dormian profundamente, tanto que ate deitaram no ombro do outro, que lindo! (nao fui eu!)

Chegando, dormi ate as 15h.

Acordei e pensei no titulo desse post.

R. de G.