quarta-feira, 30 de abril de 2008

Tributo a Alonso Quijano (vulgo Dom Quixote)

Este texto a seguir eu escrevi ano passado, e agora o transcrevo aqui.

Ó tu, que andaste por entre vales, penhas, sítios dos mais pergisos. Tu que alentaste aos necessitados, consolastes viúvas, salvastes órfãos, desfizestes desgraças sem olhar a quem, como no caso dos ingratos galeotes. Tu que deste grande valor a teu fiel escudeiro, humilde e não tão discreto Sancho Pança.

Serás para sempre o mais importante de todos os cavaleiros andantes de que se tem registro. Pois nenhum deles encerravam em si tantas virtudes como Vossa Mercê. Nem mesmo Amadis de Gaula, a quem reverenciaste ao longo de tua jornada no lombo de Rocinante. Foste o mais intrépido, discreto, honroso cavaleiro. Ao teu braço nenhum outro se iguala, nem mesmo se compara; tua oratória faria inveja a grandes outros, como Cícero; mesmo que não foste dos mais formosos homens, não foste dos menos e, assim sendo, tua enorme discrição o tornaste um varão dos mais cobiçados.

Porém, mesmo tendo várias donzelas ao teu dispor, nunca ao menos pensou em outra rapariga, senão na formosíssima Dulcinéia del Toboso. Esta sim, foste das mais belas mulheres que habitaram e hão de habitar a Terra. Mesmo outras, as quais a feiúra andava para muito longe, como Dorotéia, Lucinda e Zoraida, não merecem sequer comparação à tua Senhora, visto que era de formosura sem-par.

Ainda que por vários aziagos tenha Vossa Mercê passado, as tuas glórias, como o enfrentamento ao leão faminto, permanecerão e sobressairão-se eternamente. E tenho ainda para mim que os moinhos de vento , como disse Sancho, não o eram. Com certeza, os néscios dos nigromantes praticaram magia, a fim de que tu, Cavaleiro Andante, fosse tido como mentecapto, o que também tenho para que foi umas das maiores difâmias professadas em todos os sítios.
Ide em paz.

Seu, eterno, admirador.

R. de G.

Um comentário:

S. Sohma disse...

Ao engenhoso fidalgo Dom Quixote de La Mancha !
Tim Tim!

=)